Geologia é
a ciência que estuda a Terra. Parece muito amplo,
não?
E realmente é,
trata-se de uma das mais abrangentes ciências naturais.
Os geólogos
estudam a composição, a estrutura e a
evolução do Globo Terrestre, bem como os
processos que ocorrem no seu interior e superfície. Para a
compreensão de disso tudo é necessário
ao profissional um bom conhecimento de física,
química, biologia e matemática.
De fato, existem muito mais
coisas entre o céu e a Terra do que pode supor a nossa
vã filosofia. São depósitos minerais,
bacias petrolíferas, fraturas e falhas
geológicas, lençóis
freáticos, fósseis,
poluição, cidades, seres vivos... É
trabalho que não acaba mais - melhor para o
geólogo.
Já deve ter dado
para notar que a geologia não envolve apenas o estudo das
rochas como muitos pensam. Seu conhecimento é de
básico interesse científico, e é
utilizado a serviço da humanidade. Os geólogos
são capazes de identificar reservas minerais que possam ser
extraídas, identificar zonas estáveis
geologicamente falando sendo ideais para
construções civis, e prever desastres naturais -
como terremotos - que são associados as forças
geodinâmicas.
Mercado de Trabalho
Se você acha que
calcita, dolomita, malaquita, selenita e celestita são os nomes das cinco filhas
de um pai, no mínimo, de mau gosto, você pode até estar certo, sabe-se lá. Mas
em tese, esses são alguns minerais com os quais o estudante de geologia vai
entrar em contato em algum momento do curso. Mas não só com rochas trabalha um
geólogo. Na verdade, como informa José Elói, coordenador do curso na UnB, o
mercado de trabalho está em alta. "O mercado de trabalho da geologia é hoje
comparado ao dos anos 70, auge da profissão".
O cenário mundial
justifica: A China e a Índia crescem em ritmo de samba-enredo, 10,7 e
expectativa de 9,2, respectivamente, em 2006. Esse crescimento faz dos
grandalhões um dos maiores consumidores mundiais de minério, aço e petróleo, o
que acaba fazendo a alegria dos geólogos daqui. É porque o Brasil é um
fornecedor de destaque, principalmente em minério de ferro.
Quem
representa a bola da vez é a gigante Vale do Rio Doce, que, no ano passado, se
tornou a segunda maior companhia de mineração do mundo ao comprar a canadense
Inco por US$ 17,6 bilhões, à vista. Isso sem contar a Petrobrás, que, como Elói
comenta, todo ano abre concurso. "Além das tradicionais áreas de atuação, como
mapeamento geológico, exploração mineral e geologia do petróleo, o mercado tem
demandado profissionais em novas áreas aplicadas, como geologia ambiental,
hidrogeologia, geoprocessamento e geologia urbana", anima José Elói (veja
quadro).
Segundo o coordenador do curso da UnB, muitos vestibulandos se
inscrevem para geologia sem nem saberem nada da profissão. Foi o que aconteceu
com Gustavo Lopes, no sétimo semestre. Ele sempre quis estudar física, mas antes
de fazer a escolha, conversou com alguns professores do curso na Universidade de
Brasília. "Eles disseram que não seria o trabalho dinâmico que eu estava
pensando, e sim algo mais acadêmico e me aconselharam a aplicar a física em
outro curso", explica.
Ele pensou em vários alternativas. Escolheu
geologia: "no primeiro semestre, já estava certo de minha escolha", confirma
Gustavo. Hoje, o futuro geólogo faz estágio em uma empresa especializada em
prospecção de ouro. Ele pretende trabalhar na área de Geofísica, como por
exemplo, avaliar o impacto da extração de um mineral pesado no campo
eletromagnético da Terra.
O que fez Gustavo gostar do curso foi o
contato com todas as frentes de trabalho da geologia, desde o campo até o
laboratório, "onde eu pudesse trabalhar com a física", diz. José Elói explica
que, primeiramente, o aluno aprovado na UnB cursa matérias de física, química e
matemática. Depois, ele parte para um conhecimento das bases da ciência, como
tipos de rocha, estudo de fósseis, de relevo e paisagem e, ao final, cursa
disciplinas especializadas como hidrogeologia, estudo de reservatórios de água
subterrâneos, e física, química e economia aplicadas à
geologia.
[Correio Braziliense]
'No período
em que a indústria offshore ficou ociosa, os técnicos migraram para outros
países. Agora, com a abertura do mercado , a demanda por
técnicos especializados aumenta, assim como a dificuldade de encontrar esses
profissionais', ressalta Miriam Adissi, diretora geral do Grupo Catho no Rio.
Ela lembra que um geólogo
com experiência na área de petróleo recebe US$ 5 mil
por mês. 'No mercado
tradicional, um geólogo
não chega a ganhar US$ 3 mil'.
Gazeta Mercantil
A FGV divulgou no final de 2005 uma
lista com os 40 profissionais mais bem pagos do país e sua
média salarial. O geólogo ocupa um lugar de destaque
(12o) entre estes profissionais, mas considerando os apenas graduados
fica na 5a posição.
1o- Medicina (mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$ 8.966,07
2o-
Administração (mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$ 8.012,10
3o-
Direito (mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$ 7.540,79
4o- Ciências
econômicas e contábeis (mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$
7.085,24
5o- Engenharia (mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$
6.938,39
6o- Medicina (1o graduação)
Salário médio: R$ 6.705,82
7o-
Outros cursos de engenharia (2o graduação)
Salário médio: R$ 6.141,05
8o-
Engenharia mecânica (3o graduação)
Salário médio: R$ 5.576,49
9o-
Engenharia civil (4o graduação)
Salário médio: R$ 5.476,85
10o- Outros
cursos de mestrado ou doutorado
Salário médio: R$ 5.439,32
11o- Outros
cursos de ciências exatas e tecnológicas, exclusive engenharia (mestrado ou
doutorado)
Salário médio: R$ 5.349,96
12o- Geologia
(5o graduação)
Salário médio: R$ 5.285,77
13o- Engenharia elétrica e
eletrônica (graduação)
Salário médio: R$5.231,07
14o-
Militar
Salário médio: R$ 5.039,14
15o- Ciências agrárias (mestrado ou
doutorado)
Salário médio: R$ 5.028,37
16o- Outros cursos de ciências
biológicas e da saúde (mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$
4.947,44
17o- Engenharia química e industrial (graduação)
Salário
médio: R$ 4.844,92
18o- Outros cursos de ciências humanas e sociais
(mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$ 4.677,14
19o- Direito
(graduação)
Salário médio: R$ 4.649,63
20o- Ciências econômicas
(graduação)
Salário médio: R$ 4.644,67
21o- Agronomia
(graduação)
Salário médio: R$ 4.356,56
22o- Propaganda e marketing
(graduação)
Salário médio: R$ 4.199,05
23o- Odontologia
(graduação)
Salário médio: R$ 4.075,63
24o- Administração
(graduação)
Salário médio: R$ 4.006,61
25o- Outros cursos de ciências
exatas e tecnológicas, exclusive engenharia (graduação)
Salário médio: R$
3.949,86
26o- Curso superior de mestrado ou doutorado (ainda não
concluído)
Salário médio: R$ 3.928,07
27o- Letras e artes (mestrado ou
doutorado)
Salário médio: R$ 3.864,82
28o- Estatística
(graduação)
Salário médio: R$ 3.846,21
29o- Arquitetura e urbanismo
(graduação)
Salário médio: R$ 3.835,08
30o- Medicina veterinária
(graduação)
Salário médio: R$ 3.758,94
31o- Física
(graduação)
Salário médio: R$ 3.516,52
32o- Química
(graduação)
Salário médio: R$ 3.516,52
33o- Comunicação social
(graduação)
Salário médio: R$ 3.435,09
34o- Formação de professores de
disciplinas especiais (graduação)
Salário médio: R$ 3.408,60
35o-
Farmácia (graduação)
Salário médio: R$ 3.381,98
36o- Ciências da
computação (graduação)
Salário médio: R$ 3.325,40
37o- Outros de
ciências agrárias (graduação)
Salário médio: R$ 3.278,04
38o- Pedagogia
(mestrado ou doutorado)
Salário médio: R$ 3.219,14
39o- Ciências
contábeis e atuariais (graduação)
Salário médio: R$ 3.105,60
40o-
Outros de ciências humanas e sociais (graduação)
Salário médio: R$
3.099,10
Campos
de Estudo da Geologia
Conheça algumas das áreas de estudo da Geologia:
- Geofísica
- Geoquímica
- Petrologia
- Mineralogia
- Gemologia
- Geologia Estrutural
- Sedimentologia
- Estratigrafia
- Paleontologia
- Geologia Econômica
- Hidrogeologia
- Geologia Ambiental- Geologia do Petróleo
- Geologia Médica
- Geofísica
- reconhece as propriedades físicas da Terra. Por exemplo,
estudando o campo magnético terrestre ( intensidade,
configuração e variação), o
fluxo de calor interno da Terra, o movimento das ondas
sísmica, que estão associadas aos terremotos. A
geofísica combina geologia com física para
solucionar problemas como encontrar reservas de gás,
óleo, metais, água...
- Geoquímica
- trata da química do planeta. E atualmente pode ser
dividida em geoquímica sedimentar, geoquímica
orgânica, o novo campo da geoquímica ambiental, e
muitos outros. O grande interesse da geoquímica
está na origem e evolução das
principais classes de rochas e minerais. O geoquímico estuda
especificamente os elementos da natureza - por exemplo, os ciclos
geoquímicos do carbono, nitrogênio,
fósforo e enxofre; distribuição e
abundância de isótopos na natureza e a
exploração geoquímica,
também chamada de prospecção
geoquímica, que é aplicada para a
exploração mineral.
- Petrologia
- do grego petros (rocha) + logos (conhecimento), é o ramo da geologia que trata da origem,
ocorrência, estrutura e história das rochas. Existem três campos de estudo
principais em petrologia: ígnea, sedimentar e metamórfica.
-
- A petrologia ígnea foca a composição e textura de rochas ígneas (como
o granito e o basalto, que cristalizam a partir de rocha fundida ou
magma).
- A petrologia sedimentar foca a composição e textura de rochas
sedimentares (como o calcário e
o arenito, compostas por partículas
sedimentares cimentadas por uma matriz
de material mais fino).
- A petrologia metamórfica foca a composição e textura de rochas
metamórficas (como o gneisse e o xisto, que começaram por ser rochas ígneas ou
sedimentares mas que sofreram alterações químicas, mineralógicas ou texturais
devido a temperaturas e/ou pressões extremas).
A petrologia faz uso da mineralogia, da petrografia
microscópica e das análises químicas para
descrever a composição e textura das rochas.
Modernamente, são também aplicados os princípios
da geoquímica e geofísica através do estudo de
tendências e ciclos geoquímicos e da
utilização de dados termodinâmicos em
experiências com o objectivo de melhor compreender as origens das
rochas.
- Mineralogia
- é a ciência da terra que se dedica ao estudo
da química, estruturas molecular
e cristalina e propriedades físicas
(incluindo ópticas e mecânicas) de
minerais, bom como a sua génese,
metamorfismo, evolução química e meteorização. A mineralogia começou por ter um
carácter marcadamente taxonómico,
isto e baseada na nomenclatura e classificação dos minerais, mas evoluiu para o
campo da física aplicada, tendo hoje grande peso as áreas da cristalografia, da óptica,
da simulação matemática e da nano-mecânica.
A mineralogia enquanto ciência surgiu por
diferenciação no seio daquilo que se designou, desde o
Renascimento até ao início do século XX, por
história natural. Os minerais eram vistos como parte dos produtos da natureza,
e a sua diversidade, e o conhecimento de que eram os blocos
constituintes das rochas, levou a que considerável
esforço fosse dedicado à sua colecção,
catalogação e nomenclatura, seguindo de perto os
esforços taxonómicos desencadeados nos diversos ramos daBiologia.
A primeira abordagem científica autónoma da mineralogia surgiu com Georg Bauer
(1490-1555), um humanista e homem
de ciência da Saxónia, que
latinizou o seu nome para Georg Agricola, que a partir da observação dos
produtos da mineração alemã, iniciou a sistematização do conhecimento dos
minerais. É por isso justamente conhecido pelo pai da mineralogia.
A partir daí, o interesse pela mineralogia expandiu-se rapidamente para cerca
de um século depois ser comum nas cortes europeias e nas nascentes academias
de ciências existirem Gabinetes de Mineralogia, onde extensas
colecção de minerais eram mantidas e estudadas.
O passo seguinte deu-se com os avanços na cristalografia, nos quais assume
particular relevo o postulado dos índices racionais por René Just Haüy
e todos os desenvolvimentos teóricos que esta descoberta desencadeou.
Mais recentemente, devido à disponibilidade de técnicas que permitem estudar
a estrutura atómica dos materiais, tais como a difracção
de neutrões, e de capacidade de cálculo automático que permite a simulação
dos processos atómicos e do comportamento físico dos cristais, a mineralogia
abandonou a sua visão puramente taxonómica e cristalográfica, para se
diversificar em múltiplas áreas da Química e da Física, com destaque para os campos vulgarmente
designados por ciência dos materiais, química
inorgânica e física do estado sólido.
Mantém contudo o seu centro de interesse em torno das estruturas cristalinas
mais comuns nos minerais que formam as rochas (com destaque para os silicatos mais comuns, as argilas e as perovskites e minerais
similares).
Um campo que tem registado grandes avanços é a compreensão da relação entre
as estruturas cristalinas à escala atómica dos minerais e as suas
características físicas e função na composição das rochas e nos processos de
litificação.
Tal compreensão tem levado à
determinação precisa das propriedades elásticas e
de resistência à degradação dos minerais, o
que por sua vez tem permitido uma melhor compreensão do
comportamento mecânico das rochas, com impacte sobre o estudo do
mecanismo focal dos sismos e sobre a propagação das ondas
sísmicas. Essa mesma compreensão permitiu reinterpretar a
informação tomográfica obtida com os sismos sobre
o interior da Terra, redefinindo o conhecimento sobre o manto, o
núcleo e outras estruturas do interior do planeta.
Neste aspecto, ao focar a actividade da mineralogia no estudo da relação
entre os fenómenos à escala atómica dos minerais e as propriedades macroscópicas
das rochas que estes constituem, as ciências minerais (mineral
science), como agora são chamadas, aproximam-se cada vez mais da ciência
dos materiais, especializando-se nos materiais silicatados, os mais
abundantes constituintes do planeta.
A preocupação taxonómica que dominou a maior parte da história da
mineralogia, e que ainda é importante na comunidade científica, levou ao
surgimento da Associação
Mineralógica Internacional (IMA), uma federação das organizações
representativas dos mineralogistas nos diversos países e regiões. As suas
actividades incluem o registo e controle dos nomes dos minerais (através das
Comissões de Novos Minerais e de Nomenclatura Mineral), a garantia de
localização, acessibilidade e registo do espécime tipo utilizado para a
descrição dos minerais conhecidos, e outras tarefas destinadas a garantir a
homogeneidade das designações e a fidelidade das descrições.
Em 2004, encontravam-se validados pela IMA mais de 4000 espécies de minerais.
Destes, cerca de 150 são considerados comuns, outros 50 são
ocasionais, sendo os restantes considerados raros ou
extremamente raros.
- Gemologia é uma especialidade da geologia que estuda o caráter físico e químico dos
materiais de valores gemológicos, sejam esses de origem inorgânica ou origem
orgânica e que se prestam a adorno pessoal ou decoração de ambiente. Para que
algo seja consagrado como material gemológico, é preciso que apresentem
simultaneamente beleza, raridade e durabilidade.
- Geologia
estrutural
- estuda a geometria dos corpos rochosos, sua
distribuição espacial em três dimensões, e
os processos de deformação que produzem as estruturas
geológicas. As estruturas geológicas podem ser
primárias, que são aquelas originadas na
formação das rochas sedimentares e ígneas, tais
como a estratificação sedimentar e estruturas de fluxo em
magmas, e tectônicas, que são originadas por
deformação das rochas sobre a ação de
forças. Os geólogos
estruturais são capacitados para localizar armadilhas
estruturais que podem conter petróleo.
- Geotectônica é um ramo da geologia que, de um modo geral, estuda as estruturas
da crusta
terrestre (ou de outros planetas),
em particular as forças e movimentos
ocorridos numa dada região e que deram origem a tais estruturas. Relaciona-se
diretamente com a geologia estrutural, mas a tectónica estuda
estruturas a uma escala muito maior.
A tectónica debruça-se sobre as orogenias
e desenvolvimento de cratões e afloramentos tectónicos
bem como sobre terramotos e arcos vulcânicos que afectam de uma
forma directa uma parte significativa das populações
mundiais. Os estudos tectónicos são também
importantes na compreensão de padrões de erosão na
geomorfologia e como orientação para o geólogo
econômico que procura petróleo ou minérios
metálicos.
Desde a década de
1960, a tectónica de placas tornou-se a teoria
dominante para a explicação da origem e forças responsáveis pelas
características tectónicas dos continentes e bacias oceânicas.
- Sedimentologia
- é a disciplina que estuda as partículas de sedimentos derivados da
erosão de rochas ou de materiais biológicos que podem ser transportados por um
fluido, levando em conta os processo
hidroclimatológicos, com ênfase à relação água-sedimento, ou outros
aspéctos geológicos.
Um dos principais motivos de sua importância, é devido ao fato dos sedimentos
serem prejudiciais a projetos e operações de obras hidráulicas, bem como
conservação das terras e recursos
hídricos . Um dos pioneiros no estudo da sedimentologia foi o
engenheiro
hidráulico Hans Albert Einstein, filho do famoso
físico Albert
Einstein. Sua tese foi sobre o estudo dos
fenômenos
de transporte de materiais sólidos (sedimentos) nos rios que resultou num modelo matemático conhecido como Método de
Einstein para cálculo de transporte sólido nos rios, muito utilizado em Hidrologia e em
Sedimentologia
, posteriormente modificado por outros hidráulicos e
hidrólogos, entre os quais o russso Kalinsky e o português
Veiga da Cunha do LNEC, em Lisboa. Sobre o relacionamento com o pai,
Albert Einstein, ele declarou ao New York Times em 1973: "
Provavelmente o único projeto do qual ele
desistiu fui eu. Ele tentou me dar conselhos, mas logo descobriu que eu era
cabeça-dura demais e que ele estava apenas perdendo tempo." Um dos conselhos
do pai foi para que ele desistisse de estudar os fenômenos de transporte sólido
nos rios e se dedicasse a física quântica, "pois este era assunto menos
complicado do que a sedimentologia dos rios" . Alguns hidráulicos brasileiros
trabalharam com modelos físicos de sedimentologia em
Laboratórios de Hidráulica Fluvial, entre os quais Díocles Rondon, Jorge Rios e
Alfredo Ribeiro da Costa.
No Brasil o seu estudo tem grande
importância por causa de inteferências antrópicas,
como por exemplo, mau uso do solo, causando diversos problemas pela
erosão, transporte de sedimentos nos rios, depósitos em
locais indesejáveis e assoreamento.
A deposição de sedimentos em reservatórios
é um grande problema no país, pois a maioria da energia consumida vem de usinas
hidroelétricas. No caso da Usina hidrelétrica de
Tucuruí, por exemplo, foi calculado em 400 anos o tempo necessário para o
assoreamento total do reservatório da barragem.
- Estratigrafia é o ramo da geologia que estuda as seqüências de camadas de rochas, buscando determinar os processos e
eventos que as formaram. A estratigrafia inclui dois subcampos, a
litoestratigrafia e bioestratigrafia. A primeira se baseia na
análise das propriedades físicas e
químicas das rochas; a segunda,
no estudo das evidências fósseis
gravadas nas rochas. A partir das descobertas nessas duas áreas, criou-se uma escala de tempo geológico, que
serve de referencial temporal não só à geologia como também à paleontologia.
- Paleontologia- é
uma ciência que interage com a biologia e a geologia. É o
estudo dos fósseis, ou seja, restos de seres vivos ou
vestígios de vida de organismos que existiram durante a
história da vida na Terra, e que se encontram preservados no
registro geológico, ou seja rochas, sedimentos, gelo ou
âmbar.
A partir dos fósseis, rochas devem ser
calcárias e a evolução dos seres vivos
fossilizados até aos atuais pode ser melhor compreendida.
Inversamente, com base na frase "o presente é a chave do
passado" de Charles Lyell, a partir dos seres vivos atuais pode-se
extrapolar algo sobre os fósseis, como o modo de vida,
alimentação, de locomoção e de
reprodução, dentre outros. A partir dos fósseis
pode-se fazer a datação relativa das rochas sedimentos
sedimentares] e correlações entre rochas de locais
distantes.
Por vezes, divide-se a paleontologia em dois ramos:
- a paleozoologia
- estudo dos fósseis de animais, e
- a paleobotânica - estudo dos fósseis de plantas.
Também é possivel dividir a paleontologia em:
- Macropaleontologia - que estuda os fósseis visíveis a olho nú.
- Micropaleontologia - que estuda os fósseis de organismos que necessitem de
microscópio para serem
visualizados.
Ainda se faz uma subdivisão da paleobotânica e da micropaleontologia
constituindo a palinologia, que se dedica ao estudo de pólen e esporos fossilizados.
Esta divisão provém do facto de durante muitos anos os seres vivos serem classificados quer como
plantas - e estudados pelos botânicos - quer como animais - estudados pelos
zoologistas.
Vale lembrar que ainda há outra especialidade da paleontologia que é a
paleoecologia, que estuda como foram as interações entre os seres vivos entre si
e com o seu ambiente.
Os arqueólogos diferenciam-se dos
paleontólogos porque trabalham com restos de seres humanos e
vestigios da sua atividades. Normalmente, procuram comprender as
atividades humanas em determinado período da história da
Terra. A paleontologia estuda todos os organismos que viveram na Terra,
incluindo a evolução primata-homem, mas não o ser
humano como o conhecemos hoje, pois o estudo antropológico e
cultural se restringe à arqueologia. A paleontologia estuda
organismos mortos ate 11.000 anos, pois nem todo resto de ser vivo
preservado em sedimentos, rochas, gelo e âmbar é um
fóssil.
Cronologia das principais descobertas
- 1824, Reino Unido - A primeira espécie
de dinossauro é descrita: Megalosaurus bucklandi, um carnívoro
de 9 metros.
- 1825, Reino Unido - O segundo dino é
descrito. Chama-se Iguanodon
bernissartensis. Ainda não havia a palavra "dinossauro" para nomear a
espécie.
- 1833, Reino Unido - O terceiro
dinossauro descrito é um herbívoro encouraçado, tratando-se do britânico Hylaeosaurus
armatus.
- 1842, Reino Unido - Sir Richard Owen cunha a
palavra "dinossauro" ("lagarto terrível") para agrupar animais
como o Megalosaurus, o Iguanodon e o Hylaeosaurus.
- 1861, Alemanha - Foi descrito o fóssil
da Archaeopteryx
lithographica, considerada até então a mais antiga ave conhecida.
- 1905, EUA - Tyrannosaurus rex é descrito, após seus
restos serem coletados no oeste norte-americano. Especialistas ficaram tão
espantados com o tamanho e a aparência deste carnívoro que colocaram o nome de
"lagarto tirano rei".
- 1915, Egito - Paleontólogos europeus
resgatam toneladas de fósseis de dinossauros. Um dos mais curiosos é o Spinosaurus
aegyptiacus, dotado de longo focinho e vela dorsal. O material original
--o mais completo já resgatado desta espécie-- foi destruído durante a Segunda
Guerra Mundial, num bombardeio ao museu alemão onde estava guardado.
Década de 1940
e de 50, Brasil -
Llewellyn Ivor Price registra os primeiros fósseis de dinossauros encontrados em
território brasileiro.
- 1969, EUA - John Ostrom, paleontólogo
norte-americano, descreve um pequeno e ágil dinossauro carnívoro, o Deinonychus
antirrophus. Ostrom encontrou incríveis semelhanças entre o Deinonychus
e o Archaeopteryx, retomando a questão da afinidade entre aves e dinossauros.
- 1970, Brasil - O primeiro dinossauro
brasileiro ganha nome e sobrenome: Staurikosaurus pricei. É um dos mais
antigos dinossauros conhecidos e importante no debate sobre a origem desse grupo
de animais no planeta.
- 1978, EUA - Centenas de fósseis de uma
mesma espécie de dinossauro, juntamente com ninhos e filhotes recém-nascidos,
são encontrados num vale. Os animais morreram juntos por conta de uma grande erupção
vulcânica. O achado indica que algumas espécies viviam em grupos sociais e
cuidavam de seus filhotes. Ganhou o nome de Maiasaura ("lagarto boa mãe").
- 1993, Argentina - O maior dinossauro
descoberto até então é anunciado por paleontólogos argentinos: Argentinosaurus huinculensis.
Estima-se que tenha ultrapassado os 35m de comprimento e as 100 toneladas.
- 1995, Argentina - Paleontólogos
argentinos descrevem o Giganotosaurus
carolini, um carnívoro gigante, cujo tamanho ultrapassava o do próprio Tyrannosaurus rex.
- 1996, China - Paleontólogos chineses
descrevem o Sinosauropteryx
prima. Este pequeno carnívoro, encontrado em rochas de 135 milhões de
anos, tinha em seus fósseis impressões de uma fina penugem.
- 1999, China - Outro importante dino
chinês é descrito: o Sinornithosaurus
milenii. Era do grupo dos dromeossauros, ao qual pertencem o Velociraptor e
o Deinonychus. O pequeno animal tinha o corpo coberto por penas. Pensou-se pela
primeira vez na possibilidade de que seus 'primos' também as tivessem.
- 2005, Alemanha - Um novo exemplar de Archaeopteryx é descrito por
norte-americanos. A similaridade com o grupo dos dromessouros demonstra
que alguns dinos teriam sido ancestrais diretos das aves.
- 2006, Brasil - Mais um dinossauro
ancestral é descoberto : O Sacissaurus. O nome é bem sugestivo, já que o
dinossauro foi encontrado com uma perna ! O Sacissaurus era carnívoro.
- Geologia
Econômica - envolve a
aplicação de princípios
geológicos para o estudo do solo, rochas, água
subterrânea para saber como devem influir no planejamento e
construção de estruturas de engenharia.
- Hidrogeologia
- é o ramo da geologia e da
hidrologia que estuda as
águas subterrâneas quanto ao seu movimento, volume, distribuição e qualidade.
Conforme o tipo de rocha a água nela armazenada
comporta-se de maneira diferente. Em rochas porosas a velocidade de
deslocamento e capacidade de armazenamento são maiores que em
rochas cristalinas. Através da hidrogeologia é
possível verificar a vazão de poço, a recarga do
aqüífero e outras informações
necessárias ao bom aproveitamento e proteção
destes depósitos subterrâneos de água. O ramo da
hidrogeologia que se dedica ao estudo da componente dinâmica das
águas subterrâneas é a hidrodinâmica.
O ramo de hidrogeologia que se dedica à componente química das águas
subterrâneas é a hidroquímica e o ramo que se dedica ao estudo da inter-relação
química entre as águas subterrâneas e as rochas é designado por hidrogeoquímica.
Com base na mineralogia e no
grau de alterabilidade dos minerais das rochas é possível prever a qualidade
química natural de uma água subterrânea, a qual é definida pela importância
relativa dos principais elementos químicos dissolvidos que a água apresenta,
sódica, cálcica ou magnesiana, para os cations, cloretada, bicarbonatada ou sulfatada,
para os anions.
Outros ramos da hidrogeologia dedicam-se a tipos especiais de águas (termais,
minerais, por exemplo) ou a tipos de actividades específicas, caso da
hidrogeologia mineira, onde os estudos se centram na tentativa de evitar que as
águas subterrâneas prejudiquem o funcionamento de minas (por vezes com fortes
inundações que prejudicam os trabalhos mineiros e têm consequências económicas
graves na indústria mineira). Esse mesmo ramo da hidrogeologia dedica-se também
ao estudo da contaminação mineira das águas subterrâneas e ao estudo dos
resíduos líquidos provenientes de escombreiras, com o desenvolvimento de
soluções que possam minimizar ou evitar as consequências para o ambiente dos
resultados dessa contaminação (águas de mina).
- Geologia
Ambiental - esse é um campo
relativamente novo responsável pela coleta e
análise de dados geológicos para evitar ou
solucionar problemas oriundos intervenção humana
no meio ambiente. Um dos seus ramos é o da Geologia Urbana,
que trata dos impactos, geralmente caóticos, gerados sobre o
meio ambiente, quando o incontrolável crescimento das
cidades agride o ambiente ocasionando catástrofes que afetam
diretamente a qualidade de vida da população.
O Geólogo Ambiental possui como principais atribuições a caracterização de
zonas ambientalmente desqualificadas, que coloquem em risco o homem o meio
ambiente. Esta caracterização tem em vista a qualidade
ambiental do ar, do solo, da água quer subterrânea e superficial, do ruído e
a integração destas componentes na a vida do homem. Nesta perspectiva o Geólogo
Ambiental tem como preocupação o ordenamento do território, e a previsão de
locais potencialmente sujeitos a catástrofes tais como sismos, tsunamis, movimentos de
massa, etc. Promove também a remediação
de antigas minas, depósitos abandonados de material mineiro (escombreiras), e aterros.
- Geologia do Petróleo - Na
aplicação de estudos geológicos para
prospecção e pesquisa de petróleo são
utilizados diversos métodos geofísicos (sísmica,
gravimentria, magnetometria, imagens de satélite). O
petróleo é encontrado tanto no subsolo marinho como
terrestre, sobretudo nas bacias sedimentares, mas também em
rochas do embasamento cristalino. São estudadas as rochas
reservatórios e rochas selantes através de sedimentologia
e estratigrafia, e na caracterização das armadilhas os
estudos das estruturas que permitem acumulações
econômicas. Na perfuração de um poço de
petróleo são descritas as rochas atravessadas, buscando
também indícios de hidrocarbonetos. Posteriormente
são utilizadas ferramentas que investigam propriedades
radioativas, elétricas, magnéticas e elásticas das
rochas da parede do poço (perfilagem) as quais permitem
identificar e avaliar a presença de hidrocarbonetos.
Existem algumas evidências de que o
petróleo pudesse ser formado pela transformação de
matéria orgânica proveniente da superfície
terrestre, a qual foi depositada na forma de sedimentos em
regiões anóxicas (sem oxigênio)no passado
geológico, constituindo uma acepção ortodoxa e
ainda muito popular para a origem do petróleo. Entretanto
há outras teorias sobre a formação do
petróleo, a teoria abiogênica explica que algumas
moléculas biológicas presentes no petróleo
são devido à contaminação e que tanto o
petróleo como gás natural são materiais
primordiais que, num certo grau, foram retrabalhados a baixas
pressões, sobretudo nas bacias sedimentares. A medida em que
evoluem os conhecimentos, como por exemplo, os avanços na
astronomia, astrofísica, os cálculos
termodinâmicos, estudos de geoquímica da terra,
investigações oceanográficas entre outros, para
alguns estudiosos torna-se mais evidente a origem inorgânica do
petróleo.
O petróleo é encontrado sobretudo ao longo de grandes estruturas presentes na
crosta terrestre, sendo que a tais estruturas associam-se falhas profundas que
comunicam com o manto da terra, isto é, zonas de subducção, colisão continental
(limites de placas convergentes) e riftes
(limites de placas divergentes). Nesses locais formam-se bacias sedimentares que
possuem rochas reservatórios (permeáveis) e rochas selantes (impermeáveis). As
reativações tectônicas ocorridas ao longo da evolução das bacias sedimentares
permitem a ascensão de hidrocarbonetos primordiais através de importantes
falhas. Bactérias interagem com hidrocarbonetos acumulados e pode resultar óleos
com diversos tipos de qualidades (leves ou pesados).
- Geologia Médica
é uma área recente da geologia que
está em franca expansão. É uma disciplina que estuda a
influência de fatores geológicos ambientais sobre
a saúde humana e dos animais. Como exemplos, tem-se a
exposição excessiva ou a deficiência de
elementos e minerais; a inalação de poeiras
minerais provenientes de emissões vulcânicas; o
transporte, as modificações e a
concentração de compostos orgânicos; a
exposição a micróbios, entre outras
complicações na saúde relacionadas
às condições geológicas.
Aprofundando seus conhecimentos
Geologia, do grego
γη- (ge-, "a terra") e
λογος (logos,
"palavra", "razão"), é a ciência que
estuda a Terra, sua composição, estrutura,
propriedades físicas, história e os processos que
lhe dão forma. É uma das Ciências da
Terra. A Geologia foi essencial para determinar a idade da Terra, que
se calculou ter cerca de 4.6 mil milhões (br. bilhões)
de anos e a desenvolver a teoria que afirma que a litosfera terrestre
se encontra fragmentada em várias placas
tectónicas e que se deslocam sobre o manto superior fluido e
viscoso (astenosfera) de acordo com um conjunto de processos denominado
tectónica de placas. O geólogo ajuda a localizar
e a gerir os recursos naturais, como o petróleo e o
carvão, assim como metais como o ferro, cobre e
urânio, por exemplo. Muitos outros materiais possuem
interesse económico: as gemas, bem como muitos minerais com
aplicação industrial, como asbesto, pedra pomes,
perlita, mica, zeólitos, argilas, quartzo ou elementos como
o enxofre e cloro.
A Astrogeologia é o termo usado para
designar estudos similares de outros corpos do sistema celestes.
A palavra "geologia" foi usada pela primeira vez
por Jean-André Deluc em 1778, sendo introduzida de forma
definitiva por Horace-Bénédict de Saussure em 1779.
A Geologia relaciona-se directamente com muitas
outras ciências, em especial com a Geografia, e Astronomia.
Por outro lado a Geologia serve-se de ferramentas fornecidas pela
Química, Física e Matemática, entre
outras, enquanto que a Biologia e a Antropologia servem-se da Geologia
para dar suporte a muitos dos seus estudos.
História
Na China, Shen Kua
(1031 - 1095) formulou uma hipótese de
explicação da formação de
novas terras, baseando-se na observação de
conchas fósseis de um estrato numa montanha localizada a
centenas de quilómetros do oceano. O sábio
chinês defendia que a terra formava-se a partir da
erosão das montanhas e pela deposição
de silte.
A obra, Peri lithon, de
Teofrasto (372-287), estudante de Aristóteles permaneceu por
milénios como obra de referência na
ciência. A sua interpretação dos
fósseis apenas foi revogada após a
Revolução científica. A sua obra foi
traduzida para latim, bem como para outras línguas europeias.
O médico Georg Agricola (1494-1555)
escreveu o primeiro tratado sobre mineração e
metalurgia, De re metallica
libri XII 1556 no qual se podia encontrar um anexo sobre as
criaturas que habitavam o interior da Terra (Buch von den
Lebewesen unter Tage). A sua obra cobria temas como a energia
eólica, hidrodinâmica, transporte e
extracção de minerais, como o alumínio
e enxofre.
Nicolaus Steno (1638-1686) foi o autor de
vários princípios da geologia como o princípio da
sobreposição das camadas, o princípio da horizontalidade original
e o princípio da
continuidade lateral, três princípios
definidores da Estratigrafia.
O Geólogo, Pintura do
séc. XIX por Carl Spitzweg.
James Hutton é visto frequentemente
como o primeiro geólogo moderno. Em 1785 apresentou uma
teoria intitulada Teoria da Terra (Theory of the
Earth) à Sociedade Real de
Edimburgo. Na sua teoria, explicou que a Terra
será muito mais antiga do que tinha sido suposto
previamente, a fim de permitir "que houvesse tempo para para ocorrer
erosão das montanhas de forma a que os sedimentos
originassem novas rochas no fundo do mar, que ulteriormente foram
levantadas e constituíram os continentes." Hutton publicou
uma obra com dois volumes acerca desta teorias em 1795.
Em 1811 George
Cuvier e Alenxandre
Brongniart publicaram a sua teoria sobre a idade da Terra,
baseada na descoberta, por Cuvier, de ossos de elefante em Paris. Para
suportar a sua teoria os autores formularam o princípio
da sucessão estratigráfica.
Em 1830 Sir Charles Lyell publicou pela primeira
vez a sua famosa obra Princípios da Geologia,
publicando contínuas revisões até
à sua morte em 1875. Lyell promoveu com sucesso durante a
sua vida a doutrina do uniformitarismo, que defende que os processos
geológicos são lentos e ainda ocorrem nos dias
hoje. No sentido oposto, a teoria do catastrofismo defendia que as
estruturas da Terra formavam-se em eventos catastróficos
únicos, permanecendo inalteráveis após
esses acontecimentos.
Durante o século XIX a geologia
debateu-se com a questão da idade da Terra. As estimativas
variavam entre alguns milhões e os 100.000 mil
milhões de anos. No século XX o maior
avanço da geologia foi o desenvolvimento da teoria da
tectónica de placas nos anos 60. A teoria da deriva dos
continentes foi inicialmente proposta por Alfred Wegener e Arthur Holmes em 1912, mas
não foi totalmente aceite até a teoria da
tectónica de placas ser desenvolvida.
Importantes
princípios da geologia
A geologia rege-se por princípios que
permitem, por exemplo, ao observar a disposição
actual de formações estabelecer a sua idade
relativa e a forma como foram criadas.
Princípio da
Sobreposição das Camadas
Segundo este princípio, em qualquer
sequência a camada mais jovem é aquela que se
encontra no topo da sequência. As camadas inferiores
são progressivamente mais antigas. Este princípio
pode ser aplicado em depósitos
sedimentares formados por acresção
vertical, mas não naqueles em que a
acresção é lateral (por exemplo em terraços fluviais). O
princípio da sobreposição das camadas
é válido para as rochas sedimentares e
vulcânicas que se formam por acumulação
vertical de material, mas não pode ser aplicado a rochas
intrusivas e deve ser aplicado com cautela às rochas
metamórficas.
Princípio da Horizontalidade
Original
O princípio da horizontalidade original
afirma que a deposição
de sedimentos ocorre em leitos hotizontais. A
observação de sedimentos marinhos e
não marinhos numa grande variedade de ambientes suporta a
generalização do princípio.
Princípio das
Relações de Corte
Este princípio, introduzido por James
Hutton, afirma que uma rocha ígnea intrusiva ou falha que
corte uma sequência de rochas, é mais jovem que as
rochas por ela cortadas. Esse princípio permite a
datação relativa de eventos em rochas
metamórficas, ígneas e sedimentares, sendo
fundamental para o trabalho em terrenos orogênicos jovens e
antigos. Este princípio é válido para
qualquer tipo de rocha cortada por umas das estruturas acima
relacionadas.
Princípio dos Fragmentos
Inclusos
Este princípio de
datação relativa diz que os fragmentos de rochas
inclusas em corpos ígneos (intrusivos ou não)
são mais antigos que as rochas ígneas nas quais
estão inclusos. Este princípio, juntamente com o
princípio das relações de corte,
é fundamental em áreas formadas por grandes
corpos intrusivos permitindo a datação relativa
não só de rochas estratificadas, mas
também de rochas ígneas e metamórficas.
Princípio da
Sucessão Faunística
O Princípio da Sucessão
Faunística diz que os grupos de fósseis (animal
ou vegetal) ocorrem no registro geológico segundo uma ordem
determinada e invariável, de modo que, se esta ordem
é conhecida, é possível determinar a
idade relativa entre camadas a partir de seu conteúdo
fossilífero. Esse princípio, inicialmente
utilizado como um instrumento prático, foi posteriormente
explicado pela Teoria da Evolução de Charles
Darwin. Diversos períodos marcados por
extinção de grande parte do conteúdo
fossilífero são conhecidos na história
da Terra e levaram ao desenvolvimento da Teoria do Catastrofismo.
Escala de tempo geológico
Escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente
até a formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos,
épocas e
idades, que se
baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta. Embora devesse
servir de marco cronológico absoluto à Geologia, não há concordância entre cientistas quanto
aos nomes e limites de suas divisões. A versão aqui apresentada baseia-se na
edição de 2004 do Quadro Estratigráfico
Internacional da Comissão Internacional sobre
Estratigrafia da União Internacional de Ciências
Geológicas.
Duração de cada período
Éon |
Era |
Período |
Época |
Idade |
Duração |
Fanerozóico |
Cenozóico |
Neogeno |
Holoceno |
0 – 11,5 Ka |
Pleistoceno |
Superior |
11,5 – 126 Ka |
Médio |
126 – 781 Ka |
Inferior |
0,781 – 1,806 Ma |
Plioceno |
Gelasiano |
1,806 – 2,588 Ma |
Piacenziano |
2,588 – 3,6 Ma |
Zancleano |
3,6 – 5,332 Ma |
Mioceno |
Messiniano |
5,332 – 7,246 Ma |
Tortoniano |
7,246 – 11,608 Ma |
Serravalliano |
11,608 – 13,65 Ma |
Langhiano |
13,65 – 15,97 Ma |
Burdigaliano |
15,97 – 20,43 Ma |
Aquitaniano |
20,43 – 23,03 Ma |
Paleogeno |
Oligoceno |
Chattiano |
23,03 – 28,4 Ma |
Rupeliano |
28,4 – 33,9 Ma |
Eoceno |
Priaboniano |
33,9 – 37,2 Ma |
Bartoniano |
37,2 – 40,4 Ma |
Lutetiano |
40,4 – 48,6 Ma |
Ypresiano |
48,6 – 55,8 Ma |
Paleoceno |
Thanetiano |
55,8 – 58,7 Ma |
Selandiano |
58,7 – 61,7 Ma |
Daniano |
61,7 – 65,5 Ma |
Mesozóico |
Cretáceo |
Superior |
Maastrichtiano |
65,5 – 70,6 Ma |
Campaniano |
70,6 – 83,5 Ma |
Santoniano |
83,5 – 85,8 Ma |
Coniaciano |
85,8 – 89,3 Ma |
Turoniano |
89,3 – 93,5 Ma |
Cenomaniano |
93,5 – 99,6 Ma |
Inferior |
Albiano |
99,6 – 112 Ma |
Aptiano |
112 – 125 Ma |
Barremiano |
125 – 130 Ma |
Hauteriviano |
130 – 136,4 Ma |
Valanginiano |
136,4 – 140,2 Ma |
Berriasiano |
140,2 – 145,5 Ma |
Jurássico |
Superior |
Tithoniano |
145,5 – 150,8 Ma |
Kimmeridgiano |
150,8 – 155,7 Ma |
Oxfordiano |
155,7 – 161,2 Ma |
Médio |
Calloviano |
161,2 – 164,7 Ma |
Bathoniano |
164,7 – 167,7 Ma |
Bajociano |
167,7 – 171,6 Ma |
Aaleniano |
171,6 – 175,6 Ma |
Inferior |
Toarciano |
175,6 – 183 Ma |
Pliensbachiano |
183 – 189,6 Ma |
Sinemuriano |
189,6 – 196,5 Ma |
Hettangiano |
196,5 – 199,6 Ma |
Triássico |
Superior |
Rhaetiano |
199,6 – 203,6 Ma |
Noriano |
203,6 – 216,5 Ma |
Carniano |
216,5 – 228 Ma |
Médio |
Ladiniano |
228 – 237 Ma |
Anisiano |
237 – 245 Ma |
Inferior |
Olenekiano |
245 – 249,7 Ma |
Induano |
249,7 – 251 Ma |
Paleozóico |
Permiano |
Lopingiano |
Changhsingiano |
251 – 253,8 Ma |
Wuchiapingiano |
253,8 – 260,4 Ma |
Guadalupiano |
Capitaniano |
260,4 – 265,8 Ma |
Wordiano |
265,8 – 268,0 Ma |
Roadiano |
268,0 – 270,6 Ma |
Cisuraliano |
Kunguriano |
270,6 – 275,6 Ma |
Artinskiano |
275,6 – 284,4 Ma |
Sakmariano |
284,4 – 294,6 Ma |
Asseliano |
294,6 – 299 Ma |
Carbonífero |
Pennsylvaniano |
Gzheliano |
299 – 303,9 Ma |
Kasimoviano |
303,9 – 306,5 Ma |
Moscoviano |
306,5 – 311,7 Ma |
Bashkiriano |
311,7 – 318,1 Ma |
Mississippiano |
Serpukhoviano |
318,1 – 326,4 Ma |
Viseano |
326,4 – 345,3 Ma |
Tournaisiano |
345,3 – 359,2 Ma |
Devoniano |
Superior |
Famenniano |
359,2 – 374,5 Ma |
Frasniano |
374,5 – 385,3 Ma |
Médio |
Givetiano |
385,3 – 391,8 Ma |
Eifeliano |
391,8 – 397,5 Ma |
Inferior |
Emsiano |
397,5 – 407,0 Ma |
Pragiano |
407,0 – 411,2 Ma |
Lochkoviano |
411,2 – 416 Ma |
Siluriano |
Pridoli |
416 – 418,7 Ma |
Ludlow |
Ludfordiano |
418,7 – 421,3 Ma |
Gorstiano |
421,3 – 422,9 Ma |
Wenlock |
Homeriano |
422,9 – 426,2 Ma |
Sheinwoodiano |
426,2 – 428,2 Ma |
Llandovery |
Telychiano |
428,2 – 436 Ma |
Aeroniano |
436 – 439 Ma |
Rhuddaniano |
439 – 443,7 Ma |
Ordoviciano |
Superior |
Hirnantiano |
443,7 – 445,6 Ma |
? |
445,6 – 455,8 Ma |
? |
455,8 – 460,9 Ma |
Médio |
Darriwiliano |
460,9 – 468,1 Ma |
? |
468,1 – 471,8 Ma |
Inferior |
? |
471,8 – 478,6 Ma |
Tremadociano |
478,6 – 488,3 Ma |
Cambriano |
Superior |
? |
488,3 – ? Ma |
Paibiano |
? – 501 Ma |
Médio |
? |
501 – ? Ma |
? |
? – 513 Ma |
Inferior |
? |
513 – ? Ma |
? |
? – 542 Ma |
Proterozóico |
Neoproterozóico |
Ediacarano |
542 – 630 Ma |
Criogeniano |
630 – 850 Ma |
Toniano |
0,85 – 1 Ga |
Mesoproterozóico |
Steniano |
1 – 1,2 Ga |
Ectasiano |
1,2 – 1,4 Ga |
Calymmiano |
1,4 – 1,6 Ga |
Paleoproterozóico |
Statheriano |
1,6 – 1,8 Ga |
Orosiriano |
1,8 – 2,05 Ga |
Rhyaciano |
2,05 – 2,3 Ga |
Sideriano |
2,3 – 2,5 Ga |
Arqueano |
Neoarqueano |
2,5 – 2,8 Ga |
Mesoarqueano |
2,8 – 3,2 Ga |
Paleoarqueano |
3,2 – 3,6 Ga |
Eoarqueano |
3,6 – 3,85 Ga |
Hadeano |
3,85 – 4,57 Ga |
[editar]
Escala de tempo (antes do presente):
- 1 Ka = 103 (um milhar de) anos;
- 1 Ma = 106 (um milhão de) anos;
- 1 Ga = 109 (um bilhão de) anos.



Milhões de Anos
Notas
- A escala de tempo geológica é distorcida, ampliando-se em direção ao
presente. Isso se dá, em parte, porque há mais informações nas camadas de
rochas recentes, que assim requerem estudos mais detalhados. Mas também
porque, quando se estuda o passado, tende-se a sobrevalorizar o que está mais
próximo do presente.
- As datas são aproximadas, devido à incerteza da datação radiométrica e ao
problema de que os depósitos nem sempre são examinados no lugar apropriado da
camada geológica que se deseja datar. Os limites de algumas divisões mais
antigas ainda carecem de definição. Algumas divisões sequer foram oficialmente
nomeadas.
- Os períodos do Proterozóico não são divididos em épocas,
assim como as eras do Arqueano não o
são em períodos. Quanto mais se retrocede no tempo, menos informações as camadas
geológicas revelam que permitam justificar subdivisões detalhadas.
- O Hadeano a rigor não pode ser considerado
um éon geológico, porque não há rochas
tão antigas para caracterizá-lo adequadamente. Apesar de
não constar do Quadro Estratigráfico Internacional,
é reconhecido como o marco zero da Escala de Tempo Geológico por várias outras fontes.
- O conjunto dos éons anteriores ao
Fanerozóico – Proterozóico, Arqueano e Hadeano
– é tradicionalmente chamado Pré-Cambriano. Apesar
de constar do Quadro Estratigráfico Internacional, não é um éon nem uma era,
como se costuma encontrar na literatura especializada, mas sim um conjunto de
éons.
- Os antigos períodos Terciário e Quaternário da era Cenozóica foram abolidos, e suas épocas
redistribuídas entre os novos períodos Paleogeno e Neogeno.
- O antigo período Vendiano do Neoproterozóico foi renomeado para Ediacarano.